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SUSTENTABILIDADE na CERÂMICA VERMELHA

Conforme a especialista em Direito Ambiental, Fernanda Duarte, muitas vezes, o tema da sustentabilidade é restringido ao aspecto ambiental, mas seu conceito mais completo abrange os aspectos sociais e econômicos. Para que uma indústria cerâmica promova o desenvolvimento sustentável, segundo a especialista, em primeiro lugar, é preciso planejamento e conhecimento dos impactos ambientais e sociais do seu negócio.

                "Para iniciar a aplicação deste conceito na atividade, a empresa deve atender à legislação e às normas vigentes no país. O atendimento às exigências legais estabelece o fundamento básico para a conformidade ambiental e para o seu relacionamento com a Sociedade, possibilita que a empresa seja inserida no mercado competitivo e cria condições para a melhoria de seu desempenho econômico", relatou.

                Conforme o auditor ambiental e especialista na área ambiental Abdel Hach, o melhor caminho para que uma empresa de cerâmica vermelha possa atender aos quesitos básicos de sustentabilidade com qualidade é modernizar seu processo produtivo, se associar em cooperativas, se especializar, se qualificar e, principalmente, entender do seu negócio como empresa não como "negócio de família". "O papel da ciência na elaboração de uma ordem ambiental equilibrada está na execução de estratégias de convenção de atividades produtivas com qualidade. Se produz o que se vende, se produz com qualidade e se tira do meio ambiente o necessário e exclusivo para produzir, sem perdas” acrescentou.

                Para a engenheira ambiental Cíntia Casagrande, a sustentabilidade no setor de cerâmica vermelha é alcançada mediante o cumprimento das condicionantes exigidas em um licenciamento ambiental. "É usual que cada exigência constitua um programa de gestão ambiental, podem-se citar como exemplos os programas de gerenciamento de resíduos sólidos, programas de conscientização e capacitação de pessoal na área ambiental, através de cursos e palestras", relatou.

                Na avaliação de Fernanda, no que se refere à sustentabilidade, a indústria de cerâmica vermelha brasileira tem avançado bastante em relação à redução de gases poluentes, como resultado do consumo de energia renovável e da adoção de processos mais sustentáveis. "Hoje, as biomassas renováveis descartadas pela agroindústria, os resíduos da indústria moveleira e as podas de árvores de parques e jardins e lenha de áreas de manejo têm sido adotados massivamente como combustível nos fornos das indústrias cerâmicas. Além de não desmatarem as florestas e utilizarem combustíveis que emitem menos gases de efeito estufa, as cerâmicas ainda absorvem e eliminam resíduos de outros segmentos ": disse.

                A especialista em Direito-Ambiental ainda complementou que este tipo de prática, assim como outras ligadas à recuperação de áreas de extração, uso racional de matéria-prima e valorização da qualidade dos produtos - com a redução de desperdícios e a incorporação de novas atividades comerciais - têm gerado resultados econômicos positivos e melhorado as condições do trabalho. "Estes resultados são fortes indicativos de que estamos no caminho certo para transformar os desafios futuros em oportunidades".   

Importância de ser sustentável

Ser sustentável é fator de competitividade no contexto comercial atual. Além de se tratar de

um diferencial mercadológico, muitas soluções possibilitam ainda maior lucratividade, segundo a especialista em Direito Ambiental, Fernanda Duarte. "Podemos perceber um mercado cada vez mais exigente em relação às questões ambientais e sociais. Logo, o comprometimento com essas questões se traduz em vantagens competitivas e acesso a mercados", contou.

                Fernanda ainda ressaltou que construtoras e incorporadoras, com objetivo de incorporar atributos de sustentabilidade em sua estratégia, assumem compromissos para uma atuação responsável junto à sua cadeia de valor, principalmente em relação aos seus fornecedores. "Com isso, além de aspectos ligados ao desempenho ambiental, exigem que seus fornecedores se preocupem com as questões sociais, a exemplo do relacionamento da empresa com a comunidade do entorno e com o público interno (colaboradores)", disse.

                A engenheira ambiental Cíntia Casagrande complementou que as empresas precisam antecipar e satisfazer as necessidades dos clientes e da sociedade, de forma que obtenham lucro aliado à sustentabilidade. "Precisam não apenas olhar para os processos internos de produção, mas também aos impactos por eles gerados e a forma com que estes sejam solucionados", acrescentou.

                Conforme Cíntia, na maioria das empresas, quando um sistema de produção aliado à sustentabilidade ambiental é bem implantado, a empresa obtém lucro. "Isso motiva os proprietários e colaboradores a investirem em técnicas cada vez mais ecoeficientes. Com isso, é possível desenvolver a parte econômica de uma empresa sem afetar o equilíbrio ambiental", disse a engenheira.

Fonte: NovaCer • Ano 5 • Dezembro. Edição 56

 

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